O novo Theatro Municipal do Rio de Janeiro

"Uma nova cara, um novo espírito"

Foram quase dois anos de obras e muitas promessas de mudança. O Theatro Municipal do Rio está de cara nova e como novo espírito. Antes era uma tristeza olhar os corredores e as escadas com paredes descascadas perdendo sua originalidade. Templo histórico, o Theatro foi palco de grandes eventos revolucionários na arte brasileira. Hoje, as coisas estão bem diferentes. As obras ainda não estão concluídas, mas os resultados são melhores do que o esperado. Foi um investimento caro e demorado, porém quem viu o interior do Theatro, as poltronas, as imagens decoradas nas paredes e a pintura, percebe que 1 ano e 7 meses de reconstrução foram pouco para a grande maravilha que está o  T.M do Rio. 
Durante o período de obras todos os concertos foram transferidos para a Sala Cecília Meireles e UFRJ. Muitos  apreciadores da música clássica ficaram apreensivos com o resultado da reforma, pois os  locais das apresentações não causaram tanta nostalgia como no Theatro Municipal. Apesar da excelente qualidade da Sala C.M o local tem capacidade para poucas pessoas e o espaço reservado para os músicos estava em péssimas condições.
Deixando os elogios para trás, percebi alguns erros. Fui alertada pelos críticos e pelo próprio público. A abertura do Theatro deveria ter acontecido com muita comemoração, o que era esperado. Já que faz parte da formação da cultura brasileira, nada mais justo ser festejada com  personalidades e orquestras da região. Não é por falta de profissionais competentes, pois temos duas belíssimas orquestras como a Petrobrás Sinfônica e OSB. Acho injusto a abertura ser com Carmem e a Orquestra da Alemanha. Foi um desrespeito a nossa cultura. Tantas datas comemorativas na música brasileira para ser homenageada e a cultura estrangeira é quem ganha espaço. Será que nossos compositores não são tão importantes quanto Bach, Mahler e Beethoven?
Fui ao concerto da Petrobrás no T.M e, na minha opinião, foi uma das melhores apresentações da orquestra nos  últimos dois anos. Com quantidade maior de músicos no palco e regência de Isaac Karabtchevsk a OPPM (Orquestra Petrobrás Pró- Música) deu um show na composição da 2° sinfonia de Mahler. As trompas ao ar deu uma beleza encantadora, além da sincronia de som entre elas. Maravilhoso. O coro representou o que os instrumentos não podiam falar. Todos foram aos seus limites. 


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